Já faz algum tempo, as contas de luz de todos os brasileiros passaram a trazer consigo um indicador colorido, chamado bandeira tarifária. De acordo com a cor exibida, a conta passa a ser calculada tendo outros valores como base. Mas você sabe como funciona esse sistema? Acompanhe nosso post e conheça mais sobre as bandeiras tarifárias.
Para que servem as bandeiras tarifárias?
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), como uma forma de apresentar ao consumidor como os custos com geração de energia elétrica pesam em sua conta de luz.
A informação de quantos kWh (quilowatt-hora) foram consumidos em determinada residência no espaço de tempo de um mês, já existia em todas as contas. A novidade foi deixar claro quanto de acréscimo na conta estava sendo repassado em função do aumento de custos. Como o custo com a geração de energia é variável, principalmente por contarmos com uma matriz energética baseada em hidrelétricas, sujeitas a seca, por exemplo, o valor que chega até o contribuinte também passa a variar.
Qual o benefício prático da adoção esse sistema?
Antes da adoção do sistema de bandeiras tarifárias, toda a variação de custos na produção da energia era acumulado por um período médio de doze meses e repassado de uma só vez ao contribuinte, através dos reajustes nas tarifas. O sistema de bandeiras e da variação de tarifa permite que o aumento seja repassado quando os custos de fato aumentarem, o que implica em um aumento menor, fazendo com que o valor cobrado diminua em função do barateamento dos custos de produção. No modelo antigo, dificilmente as contas podiam ser barateadas, justamente por serem reajustadas tendo como base o cálculo dos custos de todo um ano.
Além disso, ficou mais fácil para o consumidor acompanhar seu consumo de energia. Agora a informação aparece destacada, permitindo um maior controle em cada residência ou comércio. Identificar o consumo excessivo é o primeiro passo para realizar sua redução.
Entendendo as cores de cada bandeira
O sistema de bandeiras tarifárias está divido em três cores: verde, amarela e vermelha. Sua escolha não foi aleatória. A ideia é mesmo remeter às cores do sinal de trânsito, cujos significados aprendemos desde pequenos. Quem não se lembra do “verde = siga”, “amarelo = atenção” e “vermelho = pare”? Pois a lógica é semelhante.
Bandeira verde: significa que as condições para geração de energia estão favoráveis. Custos dentro do previsto, reservatórios cheios, abastecimento garantido. Com essa bandeira, não há mudança no cálculo da base tarifária.
Bandeira amarela: as condições para a geração de energia já não são tão favoráveis quanto na bandeira verde. É preciso ter atenção e cautela. Com essa bandeira, há o acréscimo de R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos em um mês.
Bandeira vermelha: sinaliza para um período crítico na geração de energia no país. Em geral, o aumento do custo simbolizado por essa bandeira tem relação com a incapacidade das usinas hidrelétricas de produzirem toda a energia demandada e a consequente necessidade de acionamento das usinas termoelétricas, cujo custo de produção é maior. A bandeira vermelha é subdividida em dois patamares:
No patamar 1, são acrescidos R$ 4,00 a cada 100 kWh consumidos;
Já no patamar 2, quando a situação é mais crítica, são acrescidos R$ 6,00 a cada 100 kWh consumidos.
Mais do que punir o consumidor ou gerar lucro para as fornecedoras, o sistema de bandeiras serve para educar. Tendo ciência de seus gastos e vendo-os refletidos em seu bolso, sobretudo em momentos críticos da geração de energia, o consumidor acaba sendo levado a repensar seus hábitos, reduzindo seu consumo.
Adotar alternativas energéticas para seu lar ou comércio, observando quais equipamentos e utensílios gastam mais energia, é um bom caminho. O chuveiro elétrico, por exemplo, é um vilão da conta de energia. Que tal apostar na energia solar, uma alternativa barata e eficiente, para o aquecimento da água, economizando assim na conta de luz? Buscando soluções, o impacto das bandeiras será minimizado pois o próprio consumo terá sido racionalizado.
Agora que você já conhece mais sobre as bandeiras tarifárias, alguma ideia para controlar seu consumo? Comente e compartilhe sua opinião conosco!